Numa dessa
viagens que sempre faço para fugir do desassossego e
dos horrores da multidão, voltei em Porto Alegre - pequeno
povoado em Barragem de Pedra. Confesso que vivo intensamente
e por sinal sinto-me verdadeiramente livre nessas viagens. Eis,
a cena bucólica, repleta de lirismo e tragédia que meus
cansados e tristonhos olhos deslumbram: vacas e cavalos
mortos, caveira vigiada por um carcará ou urubu (verdadeiros
donos de tais propriedades ), em contra partida estamos
na primavera catingueira, mesmo com uma seca severa.
As flores
milagrosamente despertam e desabrocham cheias de beleza
e com um cheiro que visita a minha alma,
levando me para uma atmosfera espiritual e bem mística (se
olharmos atentamente para elas e deixarmos seu cheiro penetrar
na alma naquele momento sentimos a presença de Deus).
Completam
o cenário as casas abandonadas, a indústria da
seca expulsou seus filhos para "sul maravilha", daí a
desolação. Quando vejo o vazio desse sertão bravio fico feliz por saber
que por essas bandas, por tão cedo não vai
haver aglomerados de gentes e nem possibilidades de
cidades, por outro lado fico triste por saber que meus irmãos
catingueiros estão sendo escravizados pela cultura do
trabalho, do consumo num cenário bem mais cruel do que a
vida simples e flagelada daqui da caatinga.
Ilustre e Amado Amigo Irmaõ.
ResponderExcluirPoeta pensante e realizador de tanto saber e Paixão.
Que a Força do Universo te sustente infinitamente e por todas Incarnações.
Que o saber semeado por toda estrada se multiplique como as flores da Caatinga.
Luz e Paz na Sabedoria do Supremo Criador e todas as Criaturas, seus Aluns e Discipulos.
Namaste.